segunda-feira, 12 de novembro de 2012

RECEBA!!!


Não tomarás o nome do SENHOR teu Deus em vão; porque o SENHOR não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão. Êxodo 20:7.
Um fenômeno totalmente emblemático ocorria comigo quando lia este texto. Digo isso, porque a minha dificuldade em entendê-lo se dava porque de modo automático, quando lia: “não tomarás”, meu cérebro corrigia [equivocadamente] para “não falarás, não proferiras, não mencionarás ou referirás”, provocando uma, no mínimo, superficial aferição do que pretende o texto, realmente. Desafiado a debruçar-me sobre o versículo, percebi que o termo “tomar” não só não possui o sentido de “falar”, apenas, mas que o “tomarás” que há no enunciado possui sentido diferente do que usualmente estamos acostumados. “Tomar” aqui não se refere a pegar á contragosto algo que não é nosso, ou que não nos tenha sido dado. Ao contrário, “tomar” aqui carrega o significado de “receber”. Ora, o povo de Israel havia saído do Egito há pouco tempo e Deus estava lhes propondo uma Aliança, onde serviriam a Ele sem reservas, viveriam para Ele. Desse modo, o cerne deste Pacto era que aquele povo se tornasse o povo de Deus, chamado pelo seu nome. Daí o sentido de receber o nome de Deus. O Senhor estava dando o Seu nome, por meio da aliança, [os dez mandamentos] e o povo recebendo, “tomando”, se apropriando daquele nome pelo qual agora seriam conhecidos. Fenômeno semelhante ocorria comigo quando lia a segunda parte do verso: “... em vão”. Era inclinado, imediatamente, para “vazio” e me atrelava de logo a noção de inércia. Pois acreditava não ser possível atribuir movimento a algo vazio, e que o simplesmente referir o nome de Deus de modo vazio se equivalia a não gerar frutos do ponto de vista prático. “Em vão”, por outra via, não pretende apenas nos denunciar quanto ao fato de não estarmos fazendo nada para Deus. Para, além disto, pretende nos advertir que aquilo no qual temos usado o nome de Deus, aquilo que estamos fazendo, em Deus, não possui efeito porque não é o que Ele quer que façamos. Receber o nome de Deus é receber uma procuração com poderes específicos para representá-lo. E as escrituras nos alerta que os poderes que recebemos se limita aos de uma testemunha. É isso que Ele quer que façamos, por isso carregamos o Seu nome, fazer outra coisa é inútil. Nos termos acima, “Receber” o nome de Deus em vão é muito mais que apenas falar o nome D’ele em momentos inapropriados, ou vagos, mas falar em nome Dele aquilo que Ele jamais disse. E como se fosse possível, é viver para Ele ao nosso próprio modo, fazendo o que não nos pediu que fizesse. Minha oração é que o recebamos de fato como se propõe, em Cristo Jesus, não apenas dizendo o que Ele disse e fazendo o que fez, mas voltando a ser aquilo que fomos criados para Ser: O seu povo! Recife,12 de Novembro de 2012. Maurício Irmão